As academias ao ar livre e seus desafios

Por Áttilla Torres

A cidade de Salvador conta com equipamentos de ginástica em diversos locais públicos, para que a população se exercite e tenha mais qualidade de vida. São as chamadas Academias ao Ar Livre (AAL).

Partindo da ideia da importância da prática regular de uma Atividade Física ao longo da vida é oportuno ressaltar que as Academias ao Ar Livre são alternativas à população com atividades físicas gratuitas e acessíveis. Os aparelhos das AALs proporcionam a prática de exercícios através de movimentos naturais e amplos, simulam caminhadas, contribuem no alongamento e não precisam de uma roupa específica de ginástica para usá-los, apenas uma vestimenta confortável e muita disposição, o que de certa forma desperta o gosto pela atividade física.

As Academias ao Ar Livre são iniciativas que derrubam as mais diversas justificativas para evitar sair do sedentarismo, sejam por questões financeiros, seja não gostar de academias, ou de locais fechados, ou até dizer que não gosta da monótona rotina de uma academia.

No entanto, importante destacar que as AAL não contam com a presença de um profissional para orientar o desenvolvimento das atividades. Falta parte essencial no projeto: o acompanhamento de professores de Educação Física! A orientação sobre a correta execução dos movimentos é primordial, ainda que seja em realizadas ações pontuadas ou mesmo de forma contínua em determinados horários pré-determinados.

Apesar de ser de conhecimento geral a importância das práticas esportivas e de lazer, não basta somente instalar Academias ao Ar Livre nos locais públicos, também é imperioso que sejam analisados alguns pontos:

1. Que a população tenha acesso à orientação para o uso correto dos aparelhos, inclusive com a análise da possibilidade de um profissional plantonista no local em dias e horários de maior fluxo ou sejam realizadas ações de conscientização pontuadas;

2. Ações públicas dos governantes incentivando a mudança de hábitos, estimulando a população para o uso regular dos espaços públicos destinados para prática de esportes, lazer e socialização;

3. Quanto aos equipamentos: quem é responsável pela confecção, inspeção e pelos eventuais reparos em casos de manutenção?

Em algumas cidades são realizados eventos onde vários setores participam, tais como campanhas conjuntas com exames de pressão sanguínea e diabetes, bem como distribuição de panfletos e orientações sobre hábitos saudáveis, além de aulas de ginástica e com os aparelhos, onde os profissionais de Educação Física dão orientações sobre exercícios, falando de seus benefícios, bem como seus riscos quando erroneamente executados.

Em outras localidades verificou-se que, quando disponibilizados profissionais para orientar a população, os riscos lesões e casos de mau uso dos aparelhos diminuiu drasticamente.

O incentivo à prática de atividades em locais públicos melhora também o senso de comunidade, pois gera inclusão social, estimula o lazer e o entretenimento, além de outros benefícios. As atividades ao ar livre resgatam e transformam os locais públicos. Muitas vezes as praças e parques antes abandonados, passam a ser mais frequentados e melhores cuidados, deixando a área mais bonita e com mais movimentação e atrativos.

Tudo isso é benéfico para a população, mas também reverte em economia para os cofres públicos, pois, ajudando a construir uma sociedade com hábitos saudáveis, autoestima, qualidade de vida e despertando a consciência de que o melhor tratamento é a prevenção das doenças, reduz-se os gastos com saúde pública. A valorização das áreas onde as AALs são instaladas também reverte em benefício para todos (população e governantes).

Uma visão positiva da saúde abrange não apenas a “ausência de doenças”, mas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), como um completo bem-estar físico, mental e social. Portanto, não são apenas fatores de natureza fisiológica e anatômica que determinam um conceito de saúde, mas também aspectos econômicos, sociais, ambientais e de estilo de vida da pessoa.

Por fim, importante destacar: antes de iniciar qualquer atividade, consulte também um profissional de saúde para saber quais são suas condições físicas e de saúde.

Áttila Torres

Educador Físico, Gestor Esportivo, Administrador, Grão Mestre em Taekwondo – Faixa Preta 8° Dan. Condutor da Tocha Olímpica nas Olimpíadas do Rio 2016, representando Salvador (BA), Especialização nos Estados Unidos e Coréia do Sul.

 

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