Salvador estaria preparada para o coronavírus?

Áttila Torres

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. Esta nova variação de vírus foi identificada pela primeira vez em meados da década de 1960. Muitas pessoas, especialmente crianças, são propensas a serem infectadas por alguns dos tipos de coronavírus ao longo da vida.

Porém, alguns tipos deste vírus são mais perigosos do que outros. Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública global, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada pela primeira vez em 2002 na China, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), diagnosticada inicialmente em 2012 na Jordânia e Arábia Saudita.

O novo agente do coronavírus (nCoV-2019) foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China. Foi através de um “surto de pneumonia” com causas desconhecidas que o novo vírus foi identificado. Os casos suspeitos estão sendo aqueles que apresentam febres acompanhadas de problemas respiratórios. Além disso, precisam se enquadrar dentro de uma das seguintes situações:  a) ter viajado dentro dos últimos 14 dias para a cidade de Wuhan ou b) ter mantido contato próximo com quem esteve recentemente em Wuhan.

É importante salientar que uma pessoa contaminada pelo coronavírus pode apresentar sintomas variados, desde infecções em vias aéreas superiores bem parecidas com um resfriado comum ou até casos de pneumonia ou insuficiências respiratórias agudas. Por se tratar de uma doença nova, quaisquer indícios de dificuldades respiratórias merecem atenção especial.

Apesar de ser considerado menos letal que outros vírus da mesma família, o novo coronavírus assusta pela rapidez da sua transmissão. Enquanto o vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que causou um surto de pneumonia entre 2002 e 2003, demorou três meses para infectar pessoas fora da China (país onde começou), o novo coronavírus alcançou o feito em apenas um mês.

Segundo especialistas, o novo vírus, embora ainda em estudo, parece ter características que o fazem mais transmissível e adaptável ao ser humano. No entanto, a transformação radical pela qual a China passou nas últimas duas décadas pode ter ajudado o novo coronavírus a ser mais eficiente em sua meta de buscar novos hospedeiros.

Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus da Sars infectou 8 mil pessoas em cerca de dez meses de surto. Já o novo vírus já deixou mais de 40 mil pessoas doentes em apenas dois meses. Neste último domingo (09/02), a Comissão Nacional de Saúde da China informou que o novo vírus já matou 908 pessoas, superando as 774 mortes causadas pela Sars.

Mais tecnologia e a globalização também resultam em um tráfego de pessoas cada vez mais intenso e isso também traz como efeito colateral um maior risco de propagação de doenças. Em 2019 foram 1,5 bilhão de viagens no mundo todo. É um cenário internacional de propagação de doenças.

Pelas características demográficas da China e da relação que lá existe entre o homem e o animal, os cientistas e pesquisadores acreditavam que primeira pandemia viria daquele país. Porém, a primeira pandemia foi no México, com o surto de H1N1 em 2009. Considerando que os deslocamentos internacionais e a globalização só vão se intensificar, é importante investir em saúde e ciência para lidar com novas ameaças.

Tamanha velocidade de transmissão vem mobilizando organismos internacionais e a comunidade científica na busca por respostas sobre prevenção, transmissão e tratamento desse novo tipo de coronavírus. No Brasil, até 03 de fevereiro de 2020, foram registrados 32 casos suspeitos em investigação para o coronavírus (nCoV-2019) em sete estados, mas nenhum deles foi confirmado. Nesta semana, são mais 7 os casos que estão sob investigação, sendo 3 em São Paulo. Nos seguintes todos têm uma suspeita: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais.

Não há relatos de suspeita na Bahia, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) corrigiu avaliações feitas em três relatórios divulgados na semana passada e define, agora, como grave o risco do coronavírus em nível internacional.

Até o momento, o que se sabe é que cerca de 80% (oitenta por cento) do material genético do coranavírus é similar ao SARS, que também foi diagnosticado pela primeira vez na China em 2002. Estes dados auxiliam na pesquisa e produção de vacinas e também na prevenção.

Segundo especialistas, o novo vírus, embora ainda em estudo, parece ter características que o fazem mais transmissível e adaptável ao ser humano. A boa notícia é que, caso o novo coronavírus esteja se adaptando bem ao ser humano, a tendência é que ele continue provocando quadros mais leves, porque, segundo especialistas, por uma questão evolutiva e de sobrevivência, o vírus sabe que se ele matar o seu hospedeiro ele morre também.

A população tem que ficar atenta, pois a transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, tais como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo (como toque ou aperto de mão) e contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Adotar medidas gerais preventivas, tais como lavar as mãos com frequência (principalmente antes de comer), utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir, evitar tocar nas mucosas dos olhos, higienizar as mãos após tossir ou espirrar, não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, pratos, copos ou garrafas) e manter os ambientes bem ventilados. Evitar contato com pessoas que apresentem sinais da doença. E, muito importante, os grupos considerados mais vulneráveis (como idosos, crianças, gestantes, pessoas com doenças crônicas ou com imunodeficiência) devem ficar ainda mais atentos às manifestações clínicas.

Portanto, manter bons hábitos de higiene e prevenção e ficar atento aos sinais são válidos para qualquer situação!

 

Áttila Torres

Presidente do Podemos Esporte Bahia, Educador Físico, Gestor Esportivo, Administrador, Grão Mestre em Taekwondo. Condutor da Tocha Olímpica nas Olimpíadas do Rio 2016, Especialização nos Estados Unidos e Coreia do Sul.

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