Enquanto o mundo enfrenta a pandemia do novo coronavírus, outra epidemia se espalha: a violência doméstica disparou em diversas partes do planeta, já que muitas vítimas estão presas em casa com seus agressores. Os motivos para esse crescimento são muitos: instabilidade e estresse altos, incerteza profissional e financeira, aumento do consumo de álcool, convivência extrema e, sobretudo, o caráter violento do agressor, que acabam vitimando as mulheres.
Ao convivem o dia inteiro com os seus agressores, as vítimas de abuso têm agora um outro desafio: conseguir pedir ajuda sem falar em voz alta, para que não sejam ouvidas e não arrisquem suas vidas. O governo federal registrou aumento de 9% no número de denúncias de violência contra a mulher entre a primeira e segunda metade de março, quando mais pessoas passaram a ficar em casa.
Com agressores e vítimas juntas por mais tempo, o número de agressões tende a aumentar. Ao mesmo tempo, muitas denúncias não chegam a ser feitas, já que a vítima não consegue pedir ajuda de forma reservada.
Quais as medidas tomadas aqui no Brasil? Quanto ao Governo Federal, existem duas opções: Ligue 180 (voltado para mulheres em situação de violência) e o Disque 100 (para casos de violações de direitos humanos). No início do mês de abril também foi criado um aplicativo, chamado Direitos Humanos Brasil. Maiores informações na plataforma do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos: https://ouvidoria.mdh.gov.br/
A plataforma digital recebe denúncias, solicitações e pedidos de informação sobre temas relacionados a direitos humanos e família. Nela é possível, por exemplo, anexar fotos de machucados decorrentes de possíveis agressões, explicar o tipo de violência que a mulher está sofrendo e avisar se deseja ou não ficar anônima.